A articulação temporomandibular/ATM refere-se à articulação que fica perto do ouvido, dos dois lados do rosto e que faz a ligação entre o osso temporal e a mandíbula.
Esta articulação é composta por ossos e estruturas ligamentares, musculares, fasciais e meniscos. A ATM é, por isso, responsável pelos movimentos da mandíbula, como é o caso de comer, falar e mastigar. Apesar de se tratar de uma pequena articulação, a sua importância para o funcionamento do corpo é fulcral.
Aproximadamente 5% a 12% da população mundial sofre de disfunção da articulação temporomandibular, tratando-se de um problema duas vezes mais prevalente em indivíduos do género feminino.
Quais as causas mais frequentes da Disfunção da Articulação Temporomandibular?
Nem sempre é possível determinar qual a origem deste tipo de disfunção. Porém, há fatores de risco que podem aumentar o risco de desenvolver este tipo de problema, como é o caso de:
- Traumatismo na mandíbula;
- Doenças como artrite, artrose ou infeção na ATM;
- Má postura;
- Caraterísticas anatómicas, relacionadas com a formação da mandíbula durante o nascimento;
- Distúrbios do sono;
- Dificuldade em dormir;
- Stress, depressão e ansiedade;
- Ranger ou apertar dos dentes durante o sono;
- Bruxismo.
Quais os sintomas mais associados à Disfunção da Articulação Temporomandibular?
A sintomatologia que pode indiciar que alguém sofre desta disfunção é composta por vários sintomas e sinais, tais como:
- Ruídos articulares (estalidos/crepitações ao abrir e/ou fechar a boca);
- Dor e/ou dificuldade em movimentos como abrir e/ou fechar a boca.
- Dor semelhante à dor de ouvidos;
- Dor na zona do pescoço/cervical e ombros;
- Dores de cabeça/cefaleias;
- Bruxismo: apertar e ranger os dentes, involuntariamente, exercendo uma força excessiva sobre a musculatura mastigatória, causando o desgaste dos dentes;
- Cansaço no rosto, sobretudo a mastigar;
- Mudança no encaixe da mandíbula;
- Zumbido e vertigem.
Como se diagnostica a Disfunção da Articulação Temporomandibular?
Para proceder ao diagnóstico médico deste problema, importa primeiramente realizar um exame físico, onde seja feita palpação muscular e da articulação temporomandibular, avaliando os movimentos de abertura e de fecho, bem como analisando os ruídos articulares e a condição da cavidade oral (saúde dentária, periodontal, ausências dentárias, substituição de dentes perdidos).
Além disso, pode recorrer-se a meios auxiliares de diagnóstico, como é o caso de RX, TAC, RMN, tendo em conta as caraterísticas de cada paciente.
Quais as consequências possíveis da Disfunção da Articulação Temporomandibular?
Se acha que pode sofrer de disfunção da ATM, deve procurar ajuda especializada e começar a fazer fisioterapia ATM, de modo a evitar complicações maiores, como alterações degenerativas e inflamatórias.
Caso este tipo de disfunção não seja tratado, ele pode ter várias consequências a longo prazo como, por exemplo:
- Mudar a posição da mordida e o encaixe dos dentes;
- Causar dor noutras regiões do corpo;
- Provocar alterações na postura do corpo.
Quais as vantagens de tratar a Disfunção da Articulação Temporomandibular?
Há muitos benefícios que os pacientes podem colher em tratar este problema de saúde, nomeadamente:
- Eliminar e evitar situações de dor aguda e crónica, provocadas por este tipo de disfunção;
- Eliminar e evitar dores noutras zonas do corpo (como pescoço, ouvidos, coluna e cabeça), provocadas por esta disfunção;
- Melhorar a qualidade de vida, erradicando a dor de tarefas básicas do quotidiano, como mastigar, rir ou bocejar;
- Evitar disfunções ao nível da mordida e ao encaixe dos dentes.
Geralmente, a fisioterapia ATM está associada à existência de uma disfunção da articulação temporomandibular/ATM, ou seja, ao mau funcionamento desta articulação, prejudicando as estruturas em redor e originando dor orofacial.
Assim, o desconforto no rosto, na ATM e nos músculos da mastigação costuma ser a principal razão para os indivíduos procurarem ajuda médica e fisioterapia ATM.
Sim. Eis alguns exemplos.
Exercício 1: Relaxamento da mandíbula
- Descanse a língua no topo da boca, atrás dos dentes superiores da frente.
- Deixe que os dentes se separem, enquanto relaxa os músculos da mandíbula.
Exercício 2: Abertura parcial da boca
- Coloque a língua no céu da boca e ponha um dedo na frente da orelha.
- Agora, coloque o dedo médio ou o indicador no queixo.
- Solte a mandíbula até metade e, depois, feche, sem causar dor.
Exercício 3: Abertura total da boca
- Mantenha a língua no céu da boca e coloque um dedo na ATM e outro no queixo.
- Solte a mandíbula completamente e volte a repetir o passo.
Exercício 4: Dobra no queixo
- Coloque os ombros para trás e o peito para cima.
- Puxe o queixo para trás, criando um “duplo queixo”.
- Segure durante 3 segundos e repita 10 vezes.
Exercício 5: Abertura da boca com resistência
- Coloque o polegar sob o queixo.
- Abra a boca lentamente, empurrando devagar o queixo, para que ele resista.
- Segure durante 3 a 6 segundos.
- Feche a boca lentamente.
Para se revelar mais eficaz e apresentar resultados mais bem sucedidos, o fisioterapeuta ATM trabalha, muitas vezes, em conjunto com outros especialistas, como é o caso de Médicos Dentistas, Cirurgiões Maxilo-Faciais, Psicólogos, Terapeutas da Fala, entre outros profissionais de saúde.
Para evitar complicações maiores, esta disfunção deve ser tratada o quanto antes, até para evitar que ela se torne crónica e que comece a prejudicar a qualidade de vida do paciente.
Além do recurso a medicação, a goteiras de relaxamento ou outras e a reprogramação postural, aconselha-se a fisioterapia ATM de modo a resolver mais rápida e eficazmente este problema de saúde.
Só em casos mais graves é necessário optar pela cirurgia ortognática ou da articulação temporomandibular.
Qualquer indivíduo que sofra de alguma disfunção da articulação temporomandibular pode beneficiar da fisioterapia ATM, independentemente de se tratar de um adulto ou de uma criança.
Sim, há algumas medidas que podem ser tomadas, de modo a evitar problemas nesta articulação ou, pelo menos, de forma a atenuar a dor e o desconforto. Eis alguns desses comportamentos a adotar:
- Reduzir os níveis de stress, de maneira a prevenir o bruxismo;
- Evitar comer alimentos que exijam uma mastigação excessiva, como é o caso das pastilhas elásticas, gomas e caramelos;
- Evitar comer alimentos duros, como nozes, frutos inteiros e pedaços de gelo.
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